Em nosso último post sobre o Guia SNCM, falamos sobre os Atores e sobre o Escopo do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. Esclarecemos quem são os usuários do sistema e quais serão de fato as responsabilidades da Anvisa na gestão das informações da Rastreabilidade de Medicamentos.
Se você por acaso ainda não leu a Parte 1, recomendo que acesse o link abaixo antes de continuar.
https://www.t2software.com.br/rastreabilidade-de-medicamentos-raio-x-sncm/
No post de hoje, vamos explicar alguns conceitos e requisitos tecnológicos contidos no documento e identificados no nosso Mapa Mental.
Em várias partes do documento, a ANVISA cita alguns requisitos tecnológicos importantes para o funcionamento do SNCM. Esses requisitos tecnológicos foram combinados para assegurar confiabilidade ao sistema de modo a garantir a autenticidade e integridade das informações.
Quem já trabalhou em algum projeto de Nota Fiscal Eletrônica, já deve estar familiarizado com a utilização de Certificados Digitais para emissão das notas. A novidade é que a Anvisa além de aceitar os certificados digitais emitidos no padrão ICP-Brasil, ainda vai emitir certificados para usuários do sistema. Essa opção provavelmente será utilizada para entidades públicas que em alguns casos não chegam a ter CNPJ e sim algum tipo de identificação própria do Governo.
O ICP-Brasil é a entidade do Governo que regula e permite a emissão de certificados digitais pelas Autoridades Certificadoras.
Além dessa questão do Certificado, um ponto muito
importante é a utilização de NTP (Network Time protocol)
para a sincronização dos relógios. Isso na prática é um
detalhe muito importante que garante que todos os
participantes da cadeia estarão com os relógios
sincronizados.
A utilização desse tipo de estratégia, tem como objetivo
evitar que por exemplo, um Fabricante envie uma
transação saindo as 14:00hs e essa transação seja
recebida as 13:00hs na distribuidora, ou seja, ela foi
recebida antes de ter sido expedida.
SOAP é a sigla para SIMPLE OBJECT ACCESS PROTOCOL, que na verdade é um protocolo baseado em XML para troca de informações via WEBSERVICE. A Anvisa irá publicar os endereços dos Pontos de Acesso (Endpoint) do SNCM e a especificação das chamadas. Com base nessa especificação o mercado irá desenvolver as interfaces de conexão para comunicação com o SNCM.
Ainda no documento a Anvisa estabelece alguns conceitos que devem ser esclarecidos. Alguns já são conceitos conhecidos de quem trabalha com tecnologia e outros são novos como o IUM e o IET, que foram criados pela própria Anvisa.
O IUM, como o próprio nome já diz, é o Identificador do Medicamento, a identificação da unidade de venda. Ele representa a menor unidade rastreável no SNCM e é composto pelas informações básicas da unidade produzida, tais como Serial, GTIN, Número do Registro no Ministério da Saúde, Data de Validade e Lote.
Ainda relacionada ao gerenciamento dos relógios, a ANVISA diz em seu documento que as referências de tempo sempre devem estar em UTC (Universal Time Clock), evitando assim que uma transação tenha uma informação temporal usando diferentes timezones.
O IET é o Identificador de Embalagem de Transporte e representa a identificação da Unidade Logística que acondiciona medicamentos com IUM. Além da vantagem óbvia de identificar a embalagem, ele é uma facilidade logística que permitirá o gerenciamento dos medicamentos em grupos, evitando assim leituras desnecessárias e consequente perda de tempo nas operações logísticas.
O SSCC é a sigla para SERIAL SHIPPING CONTAINER CODE, que é uma identificação padronizada de embalagem de transporte da GS1. Essa identificação padronizada permite que diferentes participantes da cadeia possam identificar um volume recebido sem que exista a possibilidade de duplicidade de códigos entre os participantes.
O GTIN é certamente o mais usado e o mais conhecido. A sigla significa GLOBAL TRADE ITEM NUMBER e é a identificação única do produto fornecida pela GS1. É usando o GTIN que o ponto de venda identificar automaticamente o produto na hora da venda. Se você não se lembrar do GTIN, certamente lembra do EAN que é o antigo nome dessa identificação.
Aproveite a leitura, no proximo post continuaremos com as Regras de Negócio.
Até a próxima!
Mais informações em: ESPECIFICAÇÃO DE REQUISITOS, PADRÕES E INTERFACES PARA O SISTEMA NACIONAL DE CONTROLE DE MEDICAMENTOS (SNCM)