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Quase 10 anos do primeiro piloto da Rastreabilidade!

18/07/2018, por Rodrigo Klein

O ano de 2009 marcou o início oficial da Rastreabilidade de Medicamentos no setor farmacêutico com a publicação da lei 11.903, porém muito antes disso um grupo de profissionais do setor já tinha começado a planejar o que seria o primeiro piloto da Rastreabilidade no Brasil.

Esse grupo, acolhido dentro da Câmara de Medicamentos do Instituto ETCO (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), desde 2008 estudava como rastrear medicamentos na cadeia de suprimentos. Para isso, buscávamos informações sobre iniciativas principalmente na Europa e Estados Unidos de onde pudéssemos obter maiores dados para fazer algo aqui no Brasil.

Eu trabalhava na Interfarma e no fim de 2008 eu fui convidado pelo Marcelo Liebhardt, Diretor de Assuntos Econômicos da Interfarma para participar das discussões e de alguma forma colaborar com o projeto nos assuntos relacionados à T.I e assim o fiz durante os meses que vieram. Estudei o assunto e comecei a entender que para rastrear seria necessário fazer isso com a ajuda de algum sistema informatizado mas isso não era um item tão simples assim de ser encontrado e comprado.

Ainda no processo de aprendizado, comecei a desenvolver um sistema para testar os novos conceitos que aprendia e confesso que não tinha nenhuma pretensão com isso, nunca achei que ele pudesse ser usado (mesmo no piloto).

Quando chegou em Janeiro de 2009, tivemos a surpresa da Lei que tinha sido publicada e agora era urgente testar a marcação direta e provar para a Anvisa que só aquilo já bastava.

Naquela época, a ANVISA tinha a clara intenção de impor ao setor um Selo de Autenticidade fornecido pela casa da moeda. Esse selo, que só parecia ser uma grande ideia do lado do governo, traria muitos problemas para o setor. Esses problemas vinham principalmente do custo logístico de adquirir, receber e armazenar esses selos. Como eram feitos de um papel especial, fabricado por uma única empresa no mundo e um item controlado, uma indústria deveria ter uma nova estrutura para armazená-los. Falavam inclusive em receber de carro forte, armazenar em sala cofre e isso não era algo muito distante de acontecer. Imagina quanto valeria um rolo de selos especiais para medicamentos?

Nessa urgência, ofereci ao Instituto ETCO o sistema que eu havia desenvolvido e ele foi aceito para o piloto. Instalamos ele em um Datacenter em São Paulo (naquela época não havia Cloud) e em conjunto com os sistemas de automação fornecidos pela Gautama Automação, Seidenader e Videojet, serializamos e rastreamos mais de 70 mil unidades em toda a cadeia de 7 fábricas diferentes (ACHÉ, Bayer, Pfizer, Mantecorp, Nycomed, Eurofarma e Sanofi Aventis).

Naquele ano de 2009, fizemos o piloto do que seria o modelo atual da Rastreabilidade de Medicamentos de hoje, com um Banco Centralizado.

Por sorte organizando alguma coisas antigas, encontrei um DVD com parte do evento de divulgação do resultado do piloto que aconteceu no CAESAR PARK Vila Olimpia.

Além do vídeo, quem quiser saber mais pode ver abaixo um link do Slideshare onde compartilhei a 8 anos atrás a apresentação.

Foi um ótimo aprendizado e o começo do que me trouxe até aqui nesses anos de Rastreabilidade.

Abraços

Rodrigo Klein